quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Arquivo Histórico-Cultural do ABC - UFABC


Eu sempre tive uma relação bastante afetiva com a Universidade Federal do ABC, apesar de não ter tido a oportunidade de frequentá-la como aluno (por enquanto). Na verdade, foi a generosidade da professora Andrea Paula que me levou à instituição, a pretexto de dizermos uns poemas no curso de Identidade e Cultura. Passamos quatro meses de 2019 nesta bonita empreitada. A cada encontro, eu aprendia tanto que nem conseguia dormir direito quando voltava para casa. Ficava empolgado, pensando na forma como a professora conduzia as aulas, nos conceitos trabalhados, nas histórias, nos saraus, nos depoimentos, nas pessoas, em tudo! Terminamos as atividades na UFABC, finalizamos outros trabalhos, entramos de férias e, de repente, despencamos em 2020. Difícil... Os meses corriam desembestados e na tentativa de espantar as tempestades amarradas no pescoço, agarrava-me ao verso do Mano Brown: A depressão quer me pegar, vou sair fora. Foi nessa toada que agosto se descortinou à minha frente e, de novo, a UFABC apareceu na minha vida, em trajes de mensagens da professora Andrea. Construímos o Sarau em Tempos de Pandemia, e foram nove encontros por onde passaram muitas pessoas pelas quais tenho grande carinho e admiração. O sarau se desdobrou na oficina Ler-Escrever Poesia: um (per)curso, e tivemos mais quatro momentos maravilhosos, sob a batuta do maestro Tarso de Melo. Foi tudo bonito que só! As partilhas que tivemos na UFABC fizeram-se farol e acalanto, ajudaram-me nas tantas travessias deste ano. É preciso agradecer muito à professora Andrea, por escancarar as portas da universidade para que possamos ocupá-la com tantos semblantes di versos; ao Tarso de Melo, pela luta incansável no campo da poesia, sempre disposto a caminhar de mãos dadas, agradecemos muito também; e às gentes que estiveram conosco, construindo um trabalho tão bonito e imprescindível às nossas vidas, gratidão. Seguindo o trânsito dos dias, novembro despejou-nos em dezembro e fui chouteando as estradas da poesia. Quando dei fé, para a minha surpresa, encontrei-me bem guardadinho no Arquivo Histórico-Cultural do ABC - UFABC. Mais uma vez a universidade batia-me à porta em 2020. Desta vez, graças à generosidade de Dalila Teles Veras, Luzia Maninha e Caroline Mendonça que me botaram no belíssimo projeto Tempo Propício à Memória. É uma honra costurar meus fraseados (tão verdosos) às vozes gigantescas da nossa região. Agradeço demais, minhas amigas. Beijos!




2 comentários:

  1. Que lindeza, querido amigo!

    A expectativa é logo podermos juntarmos toda essa lindeza no presencial! Toda essa poesia e essa alegria da partilha.

    2020 fica possível com essas companhias!

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  2. É lindo esse trabalho que você vem fazendo, Paulo, ajudando na construção de pontes entre universidade e comunidade, entre universidade e poesia. É uma alegria ter uma professora como a Andrea lá dentro e um poeta como você aqui fora, ambos dispostos a abrirem portas e se deslocarem em direção ao outro, aos outros. Muito obrigado. Forte abraço!

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