terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Leituras de João Cabral de Melo Neto


No dia 13 de dezembro comemora-se o dia de Santa Luzia, padroeira da minha terra (Santa Luzia - PB). Este ano, as festividades começaram na sexta e se despejaram até o domingo. Não sei como foi por lá, estou longe. Por aqui, minha celebração foi completamente Desvairada. Uma honra juntar-me às gentes que costuraram toda a programação desta feira de poesia tão bonita. Agradeço demais! Neste domingo, dia 13, nos juntamos para dizer uns poemas do mestre João Cabral de Melo Neto, e foi uma boniteza só. Quer acompanhar? Clica AQUI e corre lá no canal da Biblioteca Mário de Andrade. Beijos!


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Desvairada - Feira de Poesia de São Paulo


A programação da Desvairada está bonita demais, pessoal! Para acompanhar, é só clicar AQUI que eu te levo no canal da Biblioteca Mário de Andrade e você pode conferir tudinho. Estaremos lá no domingo, às 19h, fazendo uma leitura de João Cabral de Melo Neto. É uma honra, e uma grande felicidade, estar ao lado de tanta gente que gosto e admiro. Gratidão!


Arquivo Histórico-Cultural do ABC - UFABC


Eu sempre tive uma relação bastante afetiva com a Universidade Federal do ABC, apesar de não ter tido a oportunidade de frequentá-la como aluno (por enquanto). Na verdade, foi a generosidade da professora Andrea Paula que me levou à instituição, a pretexto de dizermos uns poemas no curso de Identidade e Cultura. Passamos quatro meses de 2019 nesta bonita empreitada. A cada encontro, eu aprendia tanto que nem conseguia dormir direito quando voltava para casa. Ficava empolgado, pensando na forma como a professora conduzia as aulas, nos conceitos trabalhados, nas histórias, nos saraus, nos depoimentos, nas pessoas, em tudo! Terminamos as atividades na UFABC, finalizamos outros trabalhos, entramos de férias e, de repente, despencamos em 2020. Difícil... Os meses corriam desembestados e na tentativa de espantar as tempestades amarradas no pescoço, agarrava-me ao verso do Mano Brown: A depressão quer me pegar, vou sair fora. Foi nessa toada que agosto se descortinou à minha frente e, de novo, a UFABC apareceu na minha vida, em trajes de mensagens da professora Andrea. Construímos o Sarau em Tempos de Pandemia, e foram nove encontros por onde passaram muitas pessoas pelas quais tenho grande carinho e admiração. O sarau se desdobrou na oficina Ler-Escrever Poesia: um (per)curso, e tivemos mais quatro momentos maravilhosos, sob a batuta do maestro Tarso de Melo. Foi tudo bonito que só! As partilhas que tivemos na UFABC fizeram-se farol e acalanto, ajudaram-me nas tantas travessias deste ano. É preciso agradecer muito à professora Andrea, por escancarar as portas da universidade para que possamos ocupá-la com tantos semblantes di versos; ao Tarso de Melo, pela luta incansável no campo da poesia, sempre disposto a caminhar de mãos dadas, agradecemos muito também; e às gentes que estiveram conosco, construindo um trabalho tão bonito e imprescindível às nossas vidas, gratidão. Seguindo o trânsito dos dias, novembro despejou-nos em dezembro e fui chouteando as estradas da poesia. Quando dei fé, para a minha surpresa, encontrei-me bem guardadinho no Arquivo Histórico-Cultural do ABC - UFABC. Mais uma vez a universidade batia-me à porta em 2020. Desta vez, graças à generosidade de Dalila Teles Veras, Luzia Maninha e Caroline Mendonça que me botaram no belíssimo projeto Tempo Propício à Memória. É uma honra costurar meus fraseados (tão verdosos) às vozes gigantescas da nossa região. Agradeço demais, minhas amigas. Beijos!




Sarau em Tempos de Pandemia - 9/9


O nosso “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC) chegou ao derradeiro, dos nove encontros que compuseram o curso virtual. Foram momentos de verdadeira epifania, em que a poesia se fez acalanto e prumo, neste tempo tão difícil que atravessamos. Agradeço demais às gentes que fizeram o sarau acontecer. Ao todo, 36 poetas estiveram conosco, no decorrer de quatro meses de lida poética, e mais outras tantas pessoas que foram aparecendo pelos saraus. Gratidão! Neste último encontro, foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Aye Lén, o Diogo Cardoso, o Pedro Monteiro e o Tiago Hakiy. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que fiz com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. Por fim, para quem quiser acompanhar o que rolou na live de encerramento, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Sarau em Tempos de Pandemia - 8/9


Estamos pertinho de finalizar o nosso curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Esta é a oitava e penúltima live do projeto. Como sempre, foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como o Celso de Alencar, a Janaína Moitinho, a Michele Santos e o Moreira de Acopiara. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUI. No mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo


LER-ESCREVER POESIA: UM (PER)CURSO


Cultura do Cordel


Sarau em Tempos de Pandemia - 7/9


Educar Colhendo Palavras


sábado, 24 de outubro de 2020

ECI Coêlho Lisbôa


Guimarães Rosa nos ensinou que "Sertão: é dentro da gente." É desse jeito, meu povo! Estou longe, mas o peito continua plantado na minha Santa Luzia da Paraíba. A convite do professor Julião Dantas, tive a felicidade de conversar com as turmas de oitavos anos do curso “Projeto de Vida”, da Escola Cidadã Integral Coêlho Lisbôa. O papo não poderia ter sido melhor. Entre sorrisos e dizeres de poesia, falamos sobre identidade, cultura e refletimos bastante acerca dos projetos de vida de cada alun@. Foi lindo!
P.S.: Você que estava conosco (ou você que, por falta de conexão, não conseguiu participar), tenha certeza de que um futuro bem bonito espera ansioso para lhe abraçar. No mais, não esqueçam de Drummond: "Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas".



Sarau em Tempos de Pandemia - 6/9


A emoção se fez presente em todos os momentos do nosso sexto encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Elaine Rhiannon, o Tarso de Melo, a Auritha Tabajara e o Marco Haurélio. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUI. No mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


domingo, 4 de outubro de 2020

a esperança é vermelha


Sob as bênçãos de Paulo Freire, nos reunimos para conjugar o verbo esperançar. Uma tarde de domingo partilhada com Airton Mendes, Nádia Costa e Toni Cordeiro. Uma partilha regada a bonitezas, com traquejos de pipa e fincar de raízes. Isso mesmo! Foi como, no mêi do povo, dançar agarrado com um estandarte de chita, cosido pelas mãos que eu mais reverencio neste mundo, que são as mãos de mãinhas. Também foi como, à flor da pele e às vésperas de um sorriso, deitar por dentro de abraços bem carinhosos que conhecem, até mesmo, os recônditos mais longínquos de nossas almas incarnadas. Sempre incarnadas! Bem, com a gente não tem miséria, né? Sendo assim, foi ainda como desenhar, juntinhes, uma esperança bem vermelha no céu e deixar que os mais di versos sonhos nos façam enxergar, lá no alto, uma estrela grande que se escreve, entre labutas e lutas, a muitas mãos e que brilha por nome ARIANA 13110. No mais, se você quiser assistir a nossa prosa, CLICA AQUI e bora lá! Beijos!


Educação Formadora


Sentei-me na Cadeira Poética, canal do amigo Samuel de Monteiro, para mediar um papo muito importante sobre "A Educação como espaço de aprendizado e exercício da Cidadania". Na ocasião, contamos com a presença de Elizabete Miranda, Karina Vieira, Paula Magalhães, Rodrigo Baglini e Tadeu Pamplona; professoras e professores que abordaram o tema com a propriedade de quem sente a educação esperançar dentro do peito. Bem, o papo rolou num pancadão danado. Cola com nóis e confere o rolê que tá super legal! No mais, aproveito para abraçar as trabalhadoras e os trabalhadores da educação e dizer que é uma grande honra caminhar ao lado de vocês nesta luta. Estaremos sempre juntes! Como diria Drummond: "Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas". Um beijo, meu povo!


Sarau em Tempos de Pandemia - 5/9


Na última sexta-feira, tivemos o nosso quinto encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Nilza Dias, o Marcos Lemes e o Lucas Bronzatto. Agradecido demais, pessoal! Na ocasião, teríamos também a Mari Ananias como convidada. Infelizmente, alguns problemas técnicos impediram a Mari de estar conosco. Quem sabe ela não cola com nóis nos próximos saraus, né? É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUI. No mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


domingo, 20 de setembro de 2020

Sarau em Tempos de Pandemia - 4/9


Chegamos ao nosso quarto encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Giovanna Massoco, a Danúbia Ivanoff, a Graziela Barduco e o Airton Mendes. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUI. No mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


"o direito de ser quem somos"


Na companhia da amiga (e pré-candidata) Ariana Rumstain¹, realizamos a segunda edição do sarau "com os dentes na esquina". Além das muitas poesias compartilhadas, a questão cultural foi bastante discutida na ocasião. Abaixo, a Ariana fala um pouquinho sobre a importância da cultura em nossas vidas:
“Cultura, no sentido antropológico, é essa dimensão da vida cotidiana, as convenções e sistemas simbólicos que partilhamos, tudo o que produzimos, material e imaterialmente, é sensibilidade, é consciência, é coesão e identidade, é encontro, é resistência! Importante lembrar também que diante de tamanhas atrocidades cometidas pelo governo federal, da promoção da violência, da eliminação da diversidade, da justiça seletiva e do desrespeito que condena as populações indígenas, periféricas, pretas deste país, a cultura deve ser entendida como um direito humano, o direito de ser quem somos, como somos, e de existir.”
___
¹Ariana Rumstain nasceu em São Bernardo do Campo e é moradora do bairro Jordanópolis. Mãe da Rosa e do Sebastião, é também servidora pública da Secretaria de Cultura, membro fundadora da organização social tero transformação e convergência social, militante e pré-candidata do PT.


domingo, 6 de setembro de 2020

Sarau em Tempos de Pandemia - 3/9


Desembocamos no nosso terceiro encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Letícia Mendonça, a Márcia Plana, a Nathaly Felipe e a Ariana Rumstain. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUI. No mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


conexões no isolamento


Sob a batuta do serelepe palhaço Graveto, tive a felicidade de comungar a palavra com a Fernanda Alface, a Lívia Marcelino, o Airton Mendes e a Bianka Belavary na live Conexões no Isolamento. Agradeço demais, pessoal! Que felicidade conhecê-las e, juntas, celebrarmos a poesia. Quem quiser acompanhar o sarau, é só clicar AQUI (onde encontrará os dizeres da Fernanda e os meus), AQUI (os da Lívia, do Airton e da Bianka) e AQUI (mais um pouquinho dos da Bianka e o encerramento da live). Olha, na boa, assiste aí que tá uma boniteza só. Beijos! 


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Sarau em Tempos de Pandemia - 2/9


Realizamos o nosso segundo encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como o Samuel de Monteiro, a Maria Celma, a Melissa Suárez e o Rogério Cabeça. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUINo mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!


domingo, 16 de agosto de 2020

#cordelsemmachismo


Imprescindível à desconstrução de um grave problema estrutural da nossa sociedade, o CORDEL SEM MACHISMO (movimento nacional de mulheres cordelistas unidas em combate ao machismo) nos coloca diante da possibilidade de discutirmos o cordel neste nosso tempo e, juntes, construirmos um porvir mais feminista, antirracista e latino-americano; livre dos resquícios tóxicos do patriarcado. O “lida poética” manifesta profundo respeito e total apoio à #cordelsemmachismo, buscando sempre caminhar ao lado das tantas mulheres, aguerridas, que encabeçam o movimento. Viva!


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

só assim posso tentar ser um bom pai


Nas quebradas do Montanhão, o domingo desemboca num bonito dia ensolarado. Tentando driblar a tela de nylon da janela do ap., olho pro céu e “Caminhando pelo espaço, / como os trapos de um lençol, / pras bandas do pôr do sol, / as nuvens vão em fracasso: / aqui e ali um pedaço / vagando… sempre vagando, / quem estiver reparando / faz logo a comparação / de umas pastas de algodão / que o vento vai carregando”. Soprando a melancolia dos tempos, Patativa vem visitar-me e meu entendimento constrói uma estrada, bem poeirenta, que me arrasta até o sertão. Lá, encontro seo Nem de Marciano-Peba: nu da cintura pra cima, cadeira de balanço, alpercata, cigarro. Sento-me ao seu lado e começo a dizer-lhe como, ontem, passei o dia agarrado com chave de fenda 3/16, chave philips 1/4, estilete, alicate, parafusos, bolachas manteiga, parafusinhos, fita isolante, trena, caixas de luz 4x2, cabos flexíveis 2,5 e 4,0 milímetros, pedaços de queijo de coalho, disjuntor bipolar 30 amperes, barramentos, conectores, módulo de saída de fios, borrachas de vedação, goles de café, canaletas, engates flexíveis de 30 centímetros, niples de 1/2, veda rosca e torneira elétrica. Em meio à fumaça, ele sorri tranquilamente e começa a relembrar como instalávamos bicos de luz e tomadas roseta, atrepados em meias paredes e teias de aranha. Eu sorrio. Ele faz uma breve pausa e me olha profundamente. De repente, dona Edivani chega do tamanho da sabença e da força que existe no mundo todo. Entreolhares, feições de sorriso. Ao mesmo tempo, e como se tudo tivesse sido combinado, me olham e desejam-me um feliz “Dia dos Pais”. Eu acordo com o João Miguel abrindo meus olhos com seus dedinhos e aconchegando-se juntinho a mim. Ao sopé da cama, a Nathanna vem se aproximando e sob esta perspectiva ela é gigantesca. Sob qualquer perspectiva ela é gigantesca, assim são as mulheres! Quase como o debulhar de um rosário, eu agradeço por caminhar ao lado dela e de tantas outras mulheres que me auxiliam no exercício, diário, da desconstrução. Neste nosso tempo, só assim posso tentar ser um bom pai.

A Arte da Paternidade


O Samuel de Monteiro, do canal Cadeira Poética, me convidou para participar de um papo sobre a experiência de ser pai (ou mãe solo) nos dias de hoje. Foi excelente partilhar algumas vivências e, sobretudo, ouvir e aprender com a Ana Flávia de Andrade, o Marcelo Biazin, o Patrick Vianna, o Rafa Carvalho e o Rogério Moreira. Discutir a paternidade, neste nosso tempo, é imprescindível à resolução de muitos problemas (gravíssimos) que acometem a nossa sociedade. Assiste aí porque a prosa foi boa e, como diz o Samuca, pode espalhar o boato! Beijos!


Sarau em Tempos de Pandemia - 1/9


Este foi o nosso primeiro encontro do curso online “Sarau em Tempos de Pandemia” (Plataforma Digital Plural - UFABC). Foi lindo poder contar com a presença de convidades tão especiais como a Lucélia Borges, a Nádia Costa, a Jurema Barreto de Souza e o Zhô Bertholini. Agradecido demais, pessoal! É preciso agradecer também (e muitíssimo) à professora Andrea Paula por convidar-me, generosamente, para mediar os encontros ao seu lado, o que faço com profundo contentamento, carinho, respeito e admiração. O curso é totalmente gratuito e para participar dos próximos encontros, basta fazer a sua inscrição CLICANDO AQUINo mais, se você quiser somente acompanhar o que rolou no nosso encontro, é só CLICAR AQUI e comungar da nossa poesia. Beijo!




segunda-feira, 3 de agosto de 2020

com os dentes na esquina


Um excelente nome desponta na política são-bernardense, Ariana Rumstain. Ariana, nasceu em São Bernardo do Campo e é moradora do bairro Jordanópolis. Mãe da Rosa e do Sebastião, é também servidora pública da Secretaria de Cultura, membro fundadora da organização social tero transformação e convergência social, militante e pré-candidata do PT. Foi na companhia dela que nos reunimos (com os dentes na esquina) para celebrar a poesia e pensar a cultura na nossa região do ABC Paulista. Este primeiro sarau contou com a presença de Nádia Costa, Airton Mendes, Neri Silvestre, Tânia Vendrasco, Zaca de Oliveira, Danúbia Ivanoff e Bete Limeira; artistas que admiro muito! É sempre uma grande felicidade estar com amigas e amigos tão especiais. O sarau foi uma boniteza! Quer assistir? CLICA AQUI!


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Sarau Lapada Poética


A pujança cultural do ABC foi o mote da websérie "A Voz dos Saraus", um trabalho acadêmico produzido em 2016 pela Ana Neves, Cinthia Ferri e Vanessa Martins. O Lapada Poética teve a felicidade de participar deste importante projeto audiovisual. Confere aí!


domingo, 19 de julho de 2020

Nancy dos Santos, presente!


Há sete anos o nosso Sarau Lapada Poética encontrava o abraço carinhoso da Nancy dos Santos, sob as bênçãos do Ferradura Bar – Acervo Cultural Agostinho dos Santos. A nossa caminhada, no entanto, já rodava pelas quebradas do ABC havia uns três ou quatro anos. São dez anos de história (um pouquinho mais, na verdade)! Dez anos comungando bonitezas e aprendizagens com as gentes que fizeram (e fazem) o Coletivo Tantas Letras. A nossa Nancy precisou retornar à morada de dona Ancestralidade, no dia 07 de julho de 2020, e o coletivo se reúne, mais uma vez, para reverenciar a nossa madrinha numa edição virtual do Lapada Poética. Para assistir, CLICA AQUI e cola com nóis que o rolê tá bem bonito! Beijos!


quarta-feira, 24 de junho de 2020

CADEIRAS NAS CALÇADAS


No Sertão, o qual guardo na lembrança,
Houve um tempo cadeiras nas calçadas.
Eram prosas, poesias e risadas…
E maior que as pelejas, esperança…
Esse mundo, dos tempos de criança,
Tem café bem cheiroso na cozinha,
Tem um frio que só vem de manhãzinha
Pra poder escutar a cantoria,
Tem painho na luta noite e dia
E tem beijos e abraços de mãinha.

Tem um galo boêmio no terreiro,
Enxerido, cantando dona Aurora,
Tem um vento que passa toda hora
E diz ele que roda o mundo inteiro,
Um vigia chamado candeeiro
Que o escuro tem medo que se pela,
Tem semblantes sinceros na janela
E na rua um calmo vai e vem,
Tem cochichos melosos (oh, meu bem…)
No ouvidinho da mais linda donzela.

Nesse mundo di versos incarnados
O meu povo se veste de jardim
E vestindo-se todo dia assim
Vive sempre florido, perfumado…
Vive sempre bonito, enfeitado…
Como festa que junta muita gente,
Como quem pra falar, primeiramente,
Escancara um sorriso muito belo,
Inclusive, se acaso for banguelo,
Ao sorrir-nos, nos deixa mais contente.

Lá também tem rapazes beija-flor,
Namorando co’os moços no portão,
Ao beijarem-se é grande a emoção
Por ver sonhos de tudo quanto é cor.
Nessa hora perguntam: - O senhor
Poderia deixar-nos ir à praça?
O pai diz: - Eu não sei qual é a graça
Que vocês tanto vê em ir pra lá.
Depois disso diz: - Filho venha cá.
- Pode ir, mas cuidado! E lhe abraça.

O pai fica olhando o casalzinho,
Emociona-se e pensa o quanto essa
Nossa vida caminha tão depressa,
Já não tarde e aquele bebezinho
Que ele vira nascer deixa o seu ninho,
E quem fica? Ausência em seus braços…
E quem fica? Lembrança dos abraços…
E uma casa repleta de vazios…
É a vez de esperar novos plantios
Pra que os netos ocupem tais espaços.

Senhor tempo, por que tu corres tanto?
Por que tu, rédeas soltas, desembestas
De maneira cruel e desonesta,
Não percebes a dor e todo o pranto?
Muito sábio, o tempo, disse o quanto
Tudo isso também o incomoda,
Mesmo ele, que nunca se acomoda,
E mostrando o relógio me falou:
- Teu sistema foi quem o acelerou,
Atualmente, é quem vem ditando a moda.

Mas o Sol sempre brilha nos trazendo
Seu calor e nos faz a gentileza
De espantar o fantasma da tristeza,
Quando chega, já vem logo dizendo:
- Alevanta mofino! Num tá vendo
A beleza aqui deste lugar?
- Se apronte, pois eu vou te levar
No melhor rala coxa da cidade…
Ele traz a maior felicidade
Toda vez quando vem nos abraçar.

E ao chegarmos, contentes, no forró
Avistamos a dona Bastiana
Que, dançando a moda paraibana,
Parecia que tinha dado um nó.
Tinha um bêbado solto a dançar só,
Muganguento que eu nunca vi igual,
Ele foi convidando o pessoal
E ligeiro formamos a quadrilha,
Até Santo João seguiu a trilha
Deste nosso belíssimo arraial…

***

Palmilhando as veredas do talvez,
Fui seguindo no rastro do meu verso…
Sei que, nisso, cheguei ao universo…
Onde mora a dona Aridez.
Conversando, contou-me, certa vez,
Sobre como parir uma obra-prima;
Ela olhou-me e falou, com muita estima:
- Vou passar-te a fórmula secreta…
Pra poder produzir-se um bom poeta,
O Sertão é a melhor matéria-prima.

___
do livro a butija dos dizer (coleção Mimo, Alpharrabio, 2018)


Um poema para...


Há tanto a escrever e tantas gentes a reverenciar que o contentamento chega embrulhado na sensação de que não mereço tanto, tamanho é o carinho que ora me agarra nesta leitura, tão bonita, do poema “agricultura familiar”. Todas as palavras já estão bem guardadinhas, sedimentadas, no meu peito. Olga Defavari, André Castro (e toda equipe), agradeço demais! Para ouvir este nosso episódio do programa "Um poema para...", é só CLICAR AQUI. Beijos!


sábado, 20 de junho de 2020

Sarau Santo André


Agradeço demais à Rosana Banharoli e ao Tiago Nogueira que me convidaram para participar do Sarau Santo André, comungando a palavra com artistas que admiro muito. Nossos fraseados fizeram-se Amor e Resistência neste belíssimo encontro! Para celebrar a poesia conosco e conferir a pujança cultural da nossa região, CLICA AQUI e bora lá! Um beijo!



Cultura 100 Frescura


Conversei com o amigo Erike Busoni sobre a cultura da nossa região, o ABCDMRR Paulista. Um papo totalmente 100 frescura, onde pude apresentar um pouquinho da minha história e, aproveitando a oportunidade, costurar alguns poemas nesta prosa tão bacana. Quer conferir? CLICA AQUI! Um beijo!


domingo, 14 de junho de 2020

a nova velha política


Que boniteza ver tanta gente boa, grandes artistas, em trajes deste poema que chegou ao mundo, parindo-se, através do entendimento que venho construindo, à sombra de dona Ancestralidade. Airton Mendes, Cris Melo, Cristina Suzuki, Evas Carretero, Isis Valente, Jayme Perin Garcia, Letícia Mendonça, Lilli Barreto, Lucas Bronzatto, Luiz Carlos Bahia, Marcos Horta, Nádia Costa, Roberto Sudan, Sergio Sasso, Silvana França, agradeço demais! Um grande beijo! Viva a poesia!


quinta-feira, 21 de maio de 2020

Notícias de outras ilhas: Paulo Dantas


Trajadas de insularidades e contentamentos, minhas palavras foram, na companhia de Bertolt Brecht, Patativa do Assaré e Dalila Teles Veras, se juntar ao “Notícias de outras ilhas”. Agradeço demais ao Tarso de Melo e à Daysi Bregantini por me proporcionarem esta boniteza de encontro. Quem quiser saber mais, CLICA AQUI e bora lá no site da Revista Cult. Um beijo!


domingo, 10 de maio de 2020

as traquinagens da poesia


                    para dona Nathanna e João Miguel


caminhávamos
                         de mãos dadas
no largo dos tempos verbais
mapeando balbucios encantadoiros
e parastes para
                         amamentar
e pus-me a desenhar versos
recordando
como se o carro das bonitezas
desaguasse nas nossas retinas
e o vagido primeiro
                  ancestral
de repente
viesse abraçar-nos

(se eu entendesse
de gramáticas e dicionários
como entendo de traquinagens
soletraria
                a ma men tar
devagarinho
                     a mar men tar
bordando uma letrinha
uma letrinha
bem caprichosa
entre a segunda e a terceira
síbala
           po é ti ca)

___
do livro a butija dos dizer (coleção Mimo, Alpharrabio, 2018)

sexta-feira, 1 de maio de 2020

primeiro de maio


você já agradeceu
por cortar o dedo picando cebola
e sentiu como arde muito mais

em contato co’a água sanitária

que usa para lavar
o banheiro

e como torna a sangrar quando esfrega

as roupas no tanque
e como torna a doer quando lava

xícaras, panelas, talheres, copos e pratos e

em seguida
começa tudo de novo?

chega uma hora em que o corte

esmorece
entrega os pontos

se dá por vencido e

exaurido
resolve cicatrizar

a dureza do trabalho

invisível
é demais para ele

as mãos insubordinadas

sorriem
como se tivessem todos os dentes na boca

nessas mãos

mora a boniteza
de tum-tum-tuns de zabumba e fraseados de pífano

nessas mãos

mora a determinação
de vulcões, terremotos e dobramentos modernos

nessas mãos

mora o enfrentamento
de frear processos produtivos e cavucar terra seca

nessas mãos

mora a mais aguerrida possibilidade
de parir-se
                  poesia

segunda-feira, 27 de abril de 2020

EntreVistas


Tive a felicidade de participar do EntreVistas, projeto do Artur Gomes e do Jiddu Saldanha. Quem quiser saber, um pouquinho mais, sobre a nossa poesia, é só CLICAR AQUI e deixar a vista correr, tranquila, pelos fraseados da conversa. Um beijo!


sexta-feira, 24 de abril de 2020

confluências


                    para Nem de Marciano-Peba, meu pai
                                                         (in memoriam)
                                                                               e
                                    para João Miguel, meu filho


meu pai guardava nas mãos grossas um tino de prumo
consertador de tristezas e confeccionava tigelas com telhas
de barro e geometrias para banhar nosso limoeiro que floria-se

meu pai acocava-se em cadeiras de bar e bancos de igreja
co’a mesma serenidade que coloria joaninhas e borboletas
e invernava cururus ou fumava cigarros olhando pro céu

meu pai trazia da feira um saquinho com bombons de mel
de abelha e um grande sortimento de sorrisos bem contentes
embrulhados em bonitas canções de nelson gonçalves

meu pai luzia seu vulcabrás folheando a infância de pé no chão
metido em divertidas corridas de jumento e traquinagens tantas
até envolvendo paus-de-bosta e matutos namoradeiros

meu pai usava sempre um turbante de sonhos mas tinha duas 32
carregadas de inteligências e não tinha medo de lutas-labutas
diárias e as encarava de mangas arregaçadas e peito aberto


meu pai uma vez pôde tirar um calhambeque do bolso mas sempre
sentava-se no chão para brincar e ensinou-me a remendar pneus
de bicicleta e sujar mãos de terra e de graxa e devolver trocos errados

atrepado nas nossas lembranças vou aqui alinhavando estes versos
como quem sente hoje os braços cangueiros consertarem chorinhos
(e joão miguel crescerá à sombra de teus doiros rastros, meu pai)

___
do livro a butija dos dizer (coleção Mimo, Alpharrabio, 2018)


quarta-feira, 22 de abril de 2020

agricultura familiar


                    para Luzia Maninha


disposta pela sala
a família
se senta no chão bem no meio da porta
lugar onde corre um arzinho

um lençol grosso de algodão cru
sobre o qual se deita o feijão em bagem
verdinho
lhes cobre até a cintura

o debulhar dá o tom da prosa
à roda
anda o versejar
chuleando cantigas de toda qualidade

os feijões debulhados
vão se aconchegando tranquilos no centro do tecido
satisfeita co’a missão cumprida
a palha se posta de lado

o pai sorri
há enfim o que botar no fogo
a mãe se aquieta
o labor lhes trouxera algum proveito

as crianças sabem
mora ali uma brincadeira diferente demais
e saltam da ingenuidade
à certeza da próxima refeição

foi num foi
um feijãozinho mais afoito toma o rumo
de alguma boca
(entreolhar em regozijo)

só a poesia
numa boquinha de noite
sertaneja
pode dizer o que acontece ali


a boniteza do momento
não cabe no balaio do seo perpétuo
o porvir
é sempre um punhal caprichoso a riscar as faces

de repente
quando dona penúria encostar de novo
encontrará a fortaleza de mãos muito mais grossas
em comunhão